Para discorrer sobre a situação atual da Caema, começo lembrando que os sucessivos governos de Roseana Sarney têm como marca a privatização ou, simplesmente, a extinção de empresas públicas. Foi ela a responsável pela privatização da CEMAR, pelo fechamento da COPEMA, extinção da Rádio Timbira como empresa pública de comunicação e venda do Banco do Estado do Maranhão. Restou a CAEMA. Até quando, não sabemos.
O certo é que, neste momento, os fantasmas da ‘terceirização’ (ou da privatização) rondam a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão(CAEMA). Trabalhadores e sindicato dos Urbanitários estão preocupados com o processo de terceirização de atividades fins da companhia, posto em prática pela atual gestão, sob determinação do secretário de Saúde, Ricardo Murad, o verdadeiro mandatário da Caema.
Para não usar o termo privatização, dizem que estão firmando uma espécie de ‘contrato de perfomance’, onde empresas privadas assumem todas as Unidades de Negócios da Caema na capital, ganhando de acordo com metas atingidas e pelos investimentos feitos. Dizem que, pelo acordo, as empresas ficariam com 60% do que for arrecadado mensalmente. Um negócio vantajoso para as empresas, maléfico para a companhia e pior, ainda, para os usuários, que poderão pagar tarifas mais caras.
O temor dos empregados da Caema é com o desemprego. Com o contrato firmado com empresas privadas, todos os quase 600 funcionários lotados em unidades de negócios serão redistribuídos para a sede, Sacavém e unidades do interior. Todos os novos funcionários dessas unidades terão vínculo com as empresas contratadas. Nenhum será da Caema. Até quando terão seus empregos garantidos? Com esse processo se iniciando pela capital, a tendência é que seja expandido para unidades que possam dar algum lucro para essas empresas.
Se a Caema atravessa um de seus melhores momentos na arrecadação, o que justifica tal medida? Certamente, aos interesses de empresas de pessoas que possam estar ligadas diretamente ao governo. Interessa ao próprio governo que há muito tempo tenta se livrar da Caema em vez de fazer um plano de investimentos para recuperar a companhia. Se a Caema, mesmo com uma arrecadação mensal que beira os R$ 25 milhões, está ruim das pernas, a culpa é do próprio governo que não faz os investimentos necessários para a melhoria dos serviços à população. A atual diretoria alega que a atual arrecadação dá mal para cobrir as despesas de pessoal e custeio.
No atual governo, já foram aplicados dois aumentos de tarifas que contribuíram para aumentar a arrecadação em mais de 50%. No início do governo, a arrecadação girava em torno de R$ 17 milhões. Neste momento, essa arrecadação gira em torno de R$ 26 milhões por mês. E, com essa ‘terceirização’, em quanto vai ficar essa arrecadação já que as empresas contratadas levarão uma boa fatia desse bolo? A tendência é piorar a situação.
Em minha opinião, o governo Roseana Sarney está dando mais um tiro no pé ao propor esse tipo de intervenção na Caema em pleno ano eleitoral. Está dando mais munição para os que fazem oposição ao governo e dificultando a vida de um pré-candidato que, mesmo com o uso abusivo da máquina do estado, não consegue alçar vôo rumo ao Palácio dos Leões.
É bom lembrar que a Caema tem quase 2.500 funcionários em todo o estado. Somando-se aos familiares são, por baixo, 7.500 eleitores. Um número expressivo para decidir qualquer eleição.
Esse projeto de terceirização (ou de privatização) deverá ser encaminhado para análise e votação na Assembleia Legislativa. Pergunta-se: em pleno ano eleitoral, deputados terão a coragem de legislar contra os interesses de funcionários da Caema e da população? Duvido muito.
Concretizando-se esse projeto nocivo aos funcionários da Caema, os governistas não contem com votos de caeemeiros para a manutenção dessa forma perversa de governar.
Os funcionários da Caema já gritam, em alto e bom tom: Fora, Roseana Sarney!
Confira o informativo do Sindicato dos Urbanitários denunciando esse esquema de terceirização de atividades da Caema.(As informações são do Blog do Gilberto Lima)
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