31
ago
2015

Dep. Sérgio Frota enrolado até o pescoço no caso “terreno do Sampaio”

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Deputado Frota não quer falar sobre o caso.

Após a invasão de uma parte do terreno do CT José Carlos Macieira, que seria pertencente ao Sampaio Corrêa, veio à tona o fato de que a Ação de Manutenção de Posse, ajuizada na 2ª Vara Cível de São José de Ribamar, está no nome de uma empresa chamada Hispamix Brasil Investimentos LTDA. Esta empresa é especializada em investimentos imobiliários, principalmente venda de imóveis, construção de edifícios e vendas de frações de terrenos.

A Hispamix está registrada no nome de dois sócios, José Domingos da Conceição Corrêa e José Manoel Gonçalves Pinto, e existe desde 2003. Em consulta ao Cartório de 1º Ofício de São José de Ribamar, constatou-se que a Hispamix comprou o terreno da sede do Sampaio Corrêa, de Antônio Cícero Oliveira Martins, em 16 de dezembro de 2009 por R$ 6,75 milhões (seis milhões e setecentos e cinquenta mil reais) e o dividiu em dois lotes: um com 100.000 m² e outro com 178.917 m², de igual valor (R$ 3,375 milhões cada).

O curioso de constatar no instrumento de compra e venda do imóvel é que o procurador do Sr. Antônio Cícero chama-se Sérgio Barbosa Frota, presidente do Sampaio Corrêa, que ocupa o cargo desde 2007.

O SuperEsportes (O Imparcial) tentou ouvir o presidente tricolor e outros diretores para esclarecimentos, mas não obteve êxito. Depois de muita insistência, conseguiu um contato com José Alberto de Moraes Rêgo (o Geografia), um dos mais velhos conselheiros do clube e antigo diretor de futebol entre 1996 e 2006, afirmou que o terreno era de propriedade do Sampaio Corrêa, apesar de estar registrado em nome de um instituto até a saída dele da administração do clube.

“Quando eu entrei em 1996, o terreno já estava quitado e regularizado em nome do Instituto José Carlos Macieira, e inclusive, foi adquirido do antigo proprietário, pelo clube, em cinco prestações e assim ficou até à nossa saída”, afirmou Geografia.

O ex-dirigente afirmou conhecer um pouco da relação entre o Sampaio Corrêa e a Hispamix, mas, apesar dos documentos, acredita que o negócio entre as duas partes não tenha sido efetivado, por problemas diversos.

“Até onde eu sei, houve um contrato de convênio com essa empresa, no qual o Sampaio cedia parte do terreno em troca de melhorias e benfeitorias na estrutura da sede social, mas não tinha nada de compra e venda”, completou.

O que aconteceu entre 2007 e 2009 que fez a propriedade do CT do clube passar do nome do Instituto José Carlos Macieira para o Sr. Antônio Cícero Oliveira Martins não foi explicado por ninguém dentro do Sampaio Corrêa.

Silêncio

waEm nenhum momento do processo de manutenção da posse o Sampaio é citado como parte legal da ação. Segundo o diretor jurídico do clube, José Henrique Viveiros Vieira, o procedimento, os advogados do clube foram consultados, apenas o presidente Sérgio Frota tem conhecimento do ocorrido.

“Eu estou vendo esse processo todo de longe, e só o presidente pode responder sobre isso. A única coisa que eu posso dizer é que o terreno pertence ao Sampaio”, afirmou Viveiros, antes da reportagem ter encontrado o nome de Antônio Cícero.

Na semana passada, o presidente Sérgio Frota convidou a imprensa para uma entrevista coletiva, para falar sobre a invasão do terreno, mas em momento algum afirmou que a ação de manutenção da posse era da Hispamix.

Frota, que não atendeu nem retornou as ligação da reportagem do Superesportes, após divulgação da suspensão da liminar, uma semana depois, quando o assunto foi levado a conhecimento público, afirmou em entrevista rápida a um programa de televisão local, que o terreno é pertencente ao Sampaio Corrêa.

“O terreno é do Sampaio Corrêa, e nós temos uma parceria com a Hispamix para a construção de CT ‘modelo’ até para utilizar como instrumento de inclusão social”, afirmou.

Ocorre que não há indícios de informações de que houve, em algum momento, qualquer publicidade sobre os detalhes dessa parceria nem os benefícios para o Sampaio de um acordo com a empresa imobiliária.

Mistério

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Terreno do CT José Carlos Macieira, que seria pertencente ao Sampaio Corrêa, veio à tona o fato de que a Ação de Manutenção de Posse,

Para aumentar ainda mais o mistério sobre a documentação do CT José Carlos Macieira, o diretor de patrimônio, Luis Fernando Cadilhe, se desvencilhou de qualquer responsabilidade.

“Qualquer conversa sobre documentação, regularidade do terreno só o presidente Sérgio Frota pode explicar. Se houve alguma transferência ou no nome de quem está a escritura, eu não tenho conhecimento”, explicou Cadilhe.

Cadilhe ainda contou que os invasores têm ficado mais ousados com o passar do tempo em que permanecem com a posse do terreno.

“Outro dia de madrugada eles quebraram os canos de irrigação do campo e também tiraram todas as placas de publicidade, que ficam onde treinam os profissionais. E já ameaçaram invadir tudo, mesmo com nossa segurança privada”, afirmou.

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