Ontem(09), os deputados estaduais Hemetério Weba Filho (PV) e Léo Cunha (PSC) enviaram nota ao blog justificando o porquê de não ter assinado a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar irregularidades na aplicação de recursos públicos na área da Saúde, no período de abril de 2009 a dezembro de 2014. 

O pedido foi protocolado com 29 assinaturas, na manhã de quarta-feira (8), na Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, no entanto, só deverá ser instalada em agosto, depois do recesso parlamentar que inicia no próximo dia 17. Serão indicados 14 membros (titulares e suplentes) pelos blocos parlamentares.

Mais três parlamentares do Palácio Manuel Beckman, Roberto Costa (PMDB), César Pires (DEM) e Max Barros(PMDB) em contato com o blog, responderam o post: Conheça os deputados(as) covardes e os motivos para não assinar a CPI da Saúde, e justificaram as ausências de suas rubricas no documento:

Costa: Fecisão foi da bancada.

– Deputado Roberto Costa (PMDB): “Ninguém me pediu pra não assinar, tinha conversado com o Max e Nina, eles tomaram esta posição, então a minha é sempre a que eles tomam, de forma a seguir a decisão da bancada. As minhas posições em relação a Ricardo continuam da mesma forma – nas linhas divergências que permanecem, inclusive, estão como sempre. Agora neste caso da CPI tive que acompanhar a bancada e ela decidiu não assinar e tenho que levar isso em consideração. Os deputados da bancada conversaram antes, fiz uma consulta sobre a posição de cada um e eles disseram que não assinariame. Não tenho decisão pessoal, acompanho o direcionamento do partido que é o mesmo da bancada. Primeiro, acho que porque ele [Ricardo Murad] ainda é filiado ao PMDB, então agente assinar contra um filiado não é correto. Mas isso não quer dizer que o PMDB não venha indicar um membro para compor.”

---

Barros: Investigação já foi feita.

– Deputado Max Barros(PMDB): “A minha posição é pessoal. Porque entendo que a CPI é um instrumento legal do legislativo, mas no caso se trata de investigações. Geralmente quem utiliza esse instrumento é justamente a oposição, porque não tem documento, informações e etc.. pra fazer apurações, mas isso não é exclusivo, qualquer um pode utilizar. No caso especifico, acho basicamente que toda a apuração dos fatos denunciados em questão já foram feitas. Pelo que acompanhei por meio da imprensa, as apurações já foram praticamente todas desenvolvidas através da Corregedoria e Secretaria de Transparência. E o caminho agora é encaminhar ao Ministério Público para formular a denúncia. No final o que a CPI faz, já foi feito. Como no meu entendimento os fatos estão praticamente todos produzidos através da Secretaria de Transparência – que tem acesso a todos os documentos, contratos, faturas, deduções e pagamentos, haveria na verdade era mais uma disputa politica na Assembleia e eu acho que a Assembleia está vivendo um bom momento produtivo, então a criação da CPI seria apenas para acirrar os ânimos políticos e diminuir até a produtividade do parlamento. Então em função do meu entendimento o que iria ser apurado pela CPI já esta praticamente tudo apurado pelo próprios instrumentos do governo do estado, não teria resultado prático, a não ser uma disputa política”.

---

Pires: Apenas uma questão de ética.

– Deputado César Pires (DEM): “O problema que não assinei porque achei antiético, tive um posicionamento como líder do governo até ano passado, como iria assinar contra um colega que eu trabalhei durante quatro anos!? O motivo é só esse. Acho deselegante, como não assinaria qualquer coisa contra uma pessoa que sempre tive um bom relacionamento. Por isso que não me manifestei à favor, entendo como apenas uma questão de ética. A questão é que fica muito deselegante pra mim ter uma atitude dessa. Não faz parte do meu perfil, se você me conhecesse melhor, tivesse convivido comigo teria dito outra coisa, por que os outros não fizeram nada? Porque convivem próximo e sabem meu comportamento”.