mar
2014
Rodoviários exigem 16% de reajuste e ameaçam greve, secretário Carlos Rogério está na corda bamba
SET afirma que dificilmente haverá acordo. Categoria pode parar atividades nesta segunda-feira (31).
A direção do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) e representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário (Sttrema) se reuniram na tarde dessa quinta-feira (27), na sede da entidade patronal, para que pudessem apresentar suas propostas e encontrar entendimento antes da data-base dos trabalhadores, no dia 1º de maio. Em anos anteriores, a discussão salarial de rodoviários provocou paralisação do sistema de transporte público, o que pode voltar a acontecer.
Este ano, os rodoviários exigiram 16% de reajuste salarial, mas os empresários do setor alegaram ser alto o percentual e disseram que dificilmente haverá acordo. Se não houver entendimento, o diálogo deve ser travado no âmbito da Justiça do Trabalho, com a interveniência da Prefeitura de São Luís, como também já aconteceu em anos anteriores.
Segundo o superintendente do SET, Luís Cláudio Siqueira, existe uma defasagem na tarifa de transporte de 42,99%, o que incide diretamente em um eventual reajuste no preço cobrado ao usuário do sistema. “Isso quer dizer que deveríamos ter um aumento tarifário de 42,99%, só para equilibrar o sistema”, declarou. Ele destacou que, como não há possibilidade de obter esse percentual na tarifa dos transportes coletivos, fica difícil os empresários do setor arcarem com um reajuste salarial de 16%.
Luís Cláudio Siqueira destacou que, assim como ocorreu em anos anteriores, a direção do SET mostrará que vem amargando problemas cruciais com a falta do aumento tarifário. “Então não há outro recado a ser dado, a não ser o de não poder atender as reivindicações dos rodoviários, apesar de serem consideradas justas”, frisou.
Para o superintendente do SET, ainda é temerário adiantar que pode haver aumento na tarifa de ônibus. “A definição do aumento na tarifa dos transportes de passageiros é uma deliberação do Poder Executivo Municipal, ou seja, da Prefeitura de São Luís, pois o sindicato patronal não tem interferência nesse ponto. Porém, alternativas existem para que a tarifa não aumente e outras capitais já as estão utilizando. Entre elas estão o subsídio, o combate à gratuidade de pessoas que não são detentoras dos cartões de transporte, o recadastramento de estudantes e várias outras opções que podem fazer com que o sistema se recupere sem a necessidade de passar por aumento de tarifa”, alertou Luís Cláudio Siqueira.
Com relação à evasão de receita, que segundo o secretário municipal de Trânsito e Transporte, Carlos Rogério Araújo, chega a R$ 2,5 milhões com o alto índice de gratuidades, Luís Carlos Siqueira disse que esse montante foi constatado pela SMTT em poucas semanas de instalação da biometria facial em algumas linhas da capital. “Foi detectado que um grande número de pessoas usa o cartão de gratuidade sem ser o beneficiário, ou seja, são pessoas que deveriam pagar passagem e não pagam. Entendo que essa é uma das formas de combater essa defasagem e fortalecer o sistema”, observou.
Rodoviários
O secretário administrativo do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, Isaías Castelo Branco, disse que a categoria já entregou a proposta de reajuste salarial de 16% para os empresários e aguardará a análise da classe patronal.
“Estamos tendo a oportunidade de nos reunir com os empresários pela primeira vez neste ano e tratar dessa pauta. Além dos 16% de reajuste, solicitamos a inclusão de dependentes no plano de saúde, o valor do tíquete-refeição em R$ 450,00, a redução na carga horária para seis horas diária e o seguro de vida em 10 vezes o valor integral do salário dos motoristas”, pontuou.
Isaías Castelo Branco disse que a direção do Sindicato dos Rodoviários aguarda uma contraproposta do SET. “Assim que tivermos essa contraproposta, faremos uma avaliação. Acredito que deva haver novas reuniões nesse sentido até que haja um entendimento nas negociações”, disse.
Assembleia vai decidir paralisação
Motoristas e cobradores de ônibus de São Luís se reúnem nesta sexta-feira (28) às 9h, para discutir em assembleia geral a possibilidade de uma paralisação, a partir de segunda-feira (31). O movimento busca chamar a atenção da sociedade para a violência praticada nos coletivos. Só este mês já foram registrados mais de 50 assaltos a ônibus na Região Metropolitana da Ilha de São Luís.
Segundo o secretário administrativo do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Maranhão, Isaías Castelo Branco, essa é uma discussão complicada, que inicialmente foi tratada com a direção da entidade e que na assembleia geral o restante da categoria abordará e dará sugestões.
“Estamos levando a proposta da direção do sindicato para avaliação em assembleia geral. O entendimento é que hoje a gente comece a recolher os ônibus às 17h e com a pauta de reivindicações a gente quer que o Comando Geral da Polícia Militar coloque as viaturas nos 25 corredores de transporte, que foi prometido para a gente. Desejamos também uma intensificação do patrulhamento da Polícia Militar nos bairros, pois, com os corredores seguros, os bandidos estão migrando para dentro dos bairros”, ressaltou Isaías Castelo Branco.(As informações são do G1-MA)
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