Entidade de abrangência estadual deixou de arrecadar R$ 15 mil reais para beneficiar apenas os que integram na diretoria.

Jeferson Campos, Presidente do SINDAUMA.

Uma verdadeira crise está instalada no  Sindicato dos Proprietários de Autoescolas do Maranhão (Sindauma). Tudo por conta de uma manobra do presidente da entidade Jeferson Campos que fez uma reunião no último dia 17 de maio às 14:30h para solicitar ajuda financeira da categoria.

Em seu discurso, falou dos problemas financeiros que o Sindauma está sofrendo nos últimos meses e pediu colaboração dos residentes e proprietários de simuladores no intuito de homogeneizar os valores cobrados pelo sindicato.

Até então, residentes de simuladores que prestam serviços para a “pró-simuladores” pagam R$ 23,00 (vinte e três reais) por certificação de cada aluno, enquanto os que trabalham com a “real simuladores” pagam apenas R$ 2,00 (dois reais).

Na reunião, Jeferson propôs ajuda financeiramente ao sindicato da categoria e sugeriu que a taxa por cada aluno fosse igualada a todos no valor de R$ 23,00. Após discussão, ficou assegurado o valor de R$ 15,00 (quinze reais) por aluno.

– Descoberta 

Porém, Campos, não contava que os representantes dos simuladores ao tomar conhecimento da alteração do valor, fossem procurar informações no  Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran-MA). Lá, pediram a lista dos lotes de certificados vendidos nos últimos meses.

E pasmem, com as informações fornecidas pelo Detran-MA, foi descoberto que dias antes da reunião proposta por Jeferson Campos, foram vendidos nada menos que 1.050 (mil e cinquenta) certificados a apenas três proprietários de Autoescolas que integram a diretoria da entidade.

– Prejuízo 

Seria normal a venda se não extrapolasse a quantidade média comprada por cada proprietário que gira em torno de 50 certificados por mês.

A descoberta gerou, obviamente, desconfiança e revolta da categoria, ainda mais pelos preços que os certificados foram vendidos: R$ 2,00 (dois reais).

Se a regra na reunião da Sindauma fosse aplicada, a entidade arrecadaria mais de R$ 15 mil.

– Privilégio 

A compra dos certificados por parte desses três proprietários de autoescolas que fazem parte da diretoria do sindicato, aconteceu graças ao privilegio de informações sigilosas relativas à decisões que iriam ser tomadas dias após em reunião convocada pelo presidente.

Vale lembrar, que existem doze proprietários de CFC’s que trabalham com a real simuladores e, nove desses, não efetuaram a compra no valor de R$ 2,00 (dois reais) porque não tiveram a informação privilegiada sobre o aumento dos valores que iria acontecer.

Esses nove proprietários de CFCs espalhados no Maranhão inteiro, que usam a máquina da real simuladores sequer participaram da reunião que tratou do aumento da certificação.

Portanto, ações como essa, enfraquece a gestão do Sindicato e fazem com que os associados percam a confiança e desestimula a crença a favor da transparência e anticorrupção.

A revolta é tanta que proprietários de autoescolas decidiram procurar o Ministério Público e ajuizar ações individuais e coletiva no sentido de cobrar o cancelamento dos certificados vendidos de maneira escusa.

– Terreno na Raposa

O Sindicato dos Proprietários de Autoescolas do Maranhão é o mesmo que, no papel, pagou quase meio milhão de reais em um terreno na Avenida Principal de Raposa, bairro do Inhaúma, antiga Arena Toca do Vale.

Acontece que bem antes do Sindauma se interessar pela propriedade, os ex-donos do imóvel ofereceram o espaço pelo valor de R$ 200 mil a empresários locais.

Então, como o sindicato pagou quase o dobro pelo terreno oferecido pela metade do valor? Esse será o assunto do próximo post…