Jornal do Brasil
A afirmação da governadora Roseana Sarney, que administra o estado com os piores indicadores sociais do país, soa como um deboche não só para os maranhenses, mas para todos os brasileiros. “Um problema que piora a segurança é que o Maranhão está mais rico”, disse ela em entrevista coletiva na quinta-feira (9), ao lado de um constrangido ministro da Justiça. José Eduardo Cardozo teve que ouvir ainda que as mortes ocorridas no presídio de Pedrinhas “até setembro estavam dentro do limite que se esperava”, como se as cabeças decepadas e mostradas em vídeo para todo o Brasil fossem apenas enfeites macabros de alguma festa folclórica de seu estado.
O Maranhão está mais rico ou apenas alguns maranhenses enriqueceram? A resposta a essa pergunta está nas compras que o governo de Roseana mandou fazer com uma extensa lista de bens de consumo que milhões de maranhenses ao longo de suas vidas sequer terão a chance de ver esses produtos de perto.
A compra de lagosta, champanhe, uísque e caviar para abastecer a dispensa do Palácio dos Leões, numa total contradição com o povo paupérrimo, não é um acinte, mas sim o retrato fiel do cotidiano de uma elite que vive isolada da realidade do estado, que faz licitações, como a do Porto de Itaqui, que não beneficia o povo maranhense mas a si própria. Pobre Maranhão, que não viu o aumento da classe média, que fica cada vez mais longe do desenvolvimento e que há décadas não tem governo para o povo.
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